sábado, 13 de abril de 2013

VIAGEM INSANA

Viagem insana A esta altura da viagem nos demos conta de que já não podemos desistir, nem tão pouco retornar. Fomos além dos limites. Ultrapassamos aquele ponto em que um sim ou um não fazem toda a diferença. Um talvez, talvez não faça. Mas se só nos resta prosseguir nessa insanidade, melhor é apreciar a paisagem. Ver o colorido das flores, no suave bailar das folhas resistindo ao vento. Tragar essa cerveja amarga e de má qualidade como se fosse um vinho da mais rara safra. Curtir a melodia estranha das rodas sobre o asfalto como se fosse um bolero de Ravel, porque nada é tão triste que não se possa experimentar num ápice de prazer, uma gota de felicidade. Nem que seja aquele momento único em que somos nós mesmos, despidos de toda representação, desmascarados na nossa hipocrisia, flagrados no nosso fingimento, apenas porque queríamos vingança, quando tudo que precisávamos era apenas amor. Viagem louca, porém necessária, para expurgar os fantasmas, as maldições. Porque no fundo, o amor amadurece e já não se resume apenas a sexo e a estar junto. Podemos sentir o amor no olhar, no jeito de falar, na maneira de se irritar. Enfim, o amor está presente em nós, mesmo seguindo por caminhos diferentes. Nessa viagem que segue, somos companheiros dessa sina, a qual estamos condenados eu e você: amar um ao outro.

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